terça-feira, 22 de junho de 2010

PostHeaderIcon Alagoas pede socorro

Após dois dias de trégua das chuvas, Estado contabiliza os números da tragédia
Quebrangulo, Paulo Jacinto, Viçosa, Capela e Atalaia – A força avassaladora do Rio Paraíba deixou um rastro de dor e destruição nas cidades às margens de seu leito. A água invadiu tudo, subiu 12 metros acima do nível do rio e destruiu centenas de imóveis.
Em Quebrangulo, a fúria da natureza não fez vítimas, mas conseguiu revirar parte da cidade. Um telefonema para o cartório da cidade avisou sobre o rompimento de um açude, na cidade de Bom Conselho-PE. Depois da ligação, o dono avisou a quem pôde, mas as pessoas não conseguiram salvar nada.
“Quando soubemos, começamos a tentar tirar alguma coisa, mas com dez ou vinte minutos a água já foi invadindo. Aí saí de casa com a mulher e só ouvi o barulho dos móveis caindo”, lembrou Diógenes Vitorino, 26 anos.

População sofre com falta d’água
Quebrangulo, Paulo Jacinto, Viçosa, Capela e Atalaia – Lama e muito lixo tomaram as ruas das cidades atingidas pela enchente. Em meio aos destroços, famílias inteiras tentavam recuperar algum objeto e achar documentos.
Na cidade de Paulo Jacinto, logo abaixo de Quebrangulo, a água atingiu 12 metros em alguns pontos. A força foi capaz de derrubar a cabeceira da ponte e isolou parte da cidade. De forma improvisada, moradores e técnicos da prefeitura construíram um acesso de madeira.
Era por lá que estava chegando parte da ajuda para os desabrigados e desalojados da cidade. Nas ruas perto da margem do rio, móveis, entulhos e uma lama fétida tomavam conta. MR

Enchentes deixam sujeira e prejuízos
Em todas as cidades a agonia foi a mesma. Quando o nível do rio subiu, ignorou ricos e pobres. O avanço da água afetou casas de taipa e imóveis com estruturas de concreto. Para todos, a noite de sexta-feira será inesquecível.
Na cidade de Atalaia, a água tomou o Centro depois de romper uma tubulação de esgoto. Um muro que separava este local da rua não resistiu e caiu. A água foi tomando conta e chegando a centenas de imóveis. Sem condições e com medo, os moradores abandonaram o que tinham e correram para se abrigar na parte alta da cidade.
Em meio ao caos, a solidariedade foi o ponto alto da tragédia. Um dos que se envolveram no resgate de pessoas foi o agricultor Josias Guilherme Cavalcante. “Ajudei muita gente que ainda estava com dificuldade de sair. Vim para cá (Centro) para ver como estava minha filha, aí acabei ajudando outras pessoas”, lembrou.

“Parece um tsunami”
| FÁTIMA ALMEIDA - Repórter
União dos Palmares e São José da Laje – No Vale do Mundaú, o cenário é desolador. Cidades destruídas, lama e destroços por todos os lados. “Parece que passou um tsunami”, diz um visitante, abismado diante do quadro, em União dos Palmares. “Parece que soltaram uma bomba de guerra na cidade”, comenta outro, em Branquinha. “É a pior coida que eu já vi na minha vida”, diz o aposentado Amaro Aparecido dos Santos, 91 anos de idade, contemplando os escombros no bairro onde morava, em Murici.
Ele perdeu tudo o que conseguiu construir em quase toda uma vida trabalhando como marchante, inclusive a casa. Está, provisoriamente, na casa de parentes da mulher, e não sabe o que fazer. “Vou precisar de ajuda do governo. Sozinho, não vou conseguir reconstruir minha vida”, diz ele.

SÃO JOSÉ DA LAJE
Ninguém, das novas e das mais antigas gerações, nunca presenciou cenas tão devastadas. Nem mesmo em São José da Laje, cuja tragédia, registrada em 1969, quando uma tromba d’água destruiu parcialmente a cidade, deixou cerca de 1.500 pessoas mortas e mais de 1000 desaparecidas. Desta vez, não se há notícia de nenhuma morte na cidade, mas as imagens da destruição são muito mais fortes, afirma seu José Antônio da Silva, que na cheia de 69, tinha 41 anos de idade. Hoje tem 82.
A água entrou pela cidade e arrastou vários bairros. Carros, móveis, geladeiras, tudo foi levado pela correnteza. Toda a medicação que estava na Secretaria Municipal de Saúde foi perdida.

UNIÃO DOS PALMARES
A marca da água, no teto do posto de gasolina e os entulhos enganchados na fiação, no alto dos postes, explicam como aconteceu tanta destruição, em União dos Palmares. Muitas pessoas morreram e inúmeras estão desaparecidas. “O seu Antônio do mercadinho que tinha aqui na esquina, sumiu”, diz um vizinho.
Todas as casas residenciais e estabelecimentos comerciais das ruas Demócrito Gracindo, Jatobá e Rua da Ponte foram destruídas. Desolado, o comerciante João Roberto Lopes, 51 anos, contempla a destruição, sentado nos escombros da sua antiga morada. Nasceu e se criou em União dos Palmares e ali criou seus filhos, com o dinheiro da lanchonete, pertinho de casa, e do criatório de porcos. Tudo foi por água abaixo.

Águas chegam a 5 metros de altura
Santana do Mundaú, Branquinha, Murici e Rio Largo – Em Santana do Mundaú a água atingiu uma altura de cinco metros em alguns pontos da cidade. O mercado público, a sede do sindicato dos servidores públicos, a Câmara de Vereadores, a biblioteca pública foram destruídos com centenas de prédios. Uma das cenas mais chocantes, contada pelos moradores, fala de um jovem, filho do proprietário de um hotel, que desapareceu nas águas do rio, após ser arrastado pela enchente, agarrado à laje de um quarto do estabelecimento, que se desprendeu foi parar do outro lado da rua. A poucos metros dali, a ponte que divide a cidade, foi destruída.

BRANQUINHA
Em Branquinha, todo o Centro da cidade foi destruído e várias pessoas morreram ou estão desaparecidas. Uma mulher, identificada como Lucia, se agarrou a um botijão de gás, ao ser arrastada pelas águas, e só foi resgatada (com vida) em Murici. Ontem, várias pessoas se mobilizavam para remover escombros a procura de corpos, enquanto as máquinas tentavam abrir caminhos e limpar a cidade.

MURICI
Em Murici, o cenário de destruição não é menos impressionante. A água chegou até o primeiro andar de alguns prédios, e arrastou móveis e objetos até pelo teto das casas. Tudo no Centro, e em parte de outros bairros da cidade foi destruído. Pelas ruas, as pessoas parecem atônitas, tentando reconhecer o que sobrou no lugar onde moravam.
“Já vi quatro cheias nesse rio. Mas nunca vi uma coisa igual a essa. Nunca precisei sair de casa, mas agora acabou-se tudo. Não tenho mais nada. Nem o chão ficou”, diz o aposentando Amaro Aparício dos Santos, 91 anos.

RIO LARGO
Em Rio Largo, um corpo foi resgatado no fim da tarde de ontem, pelo Corpo de Bombeiros. A água atingiu em cheio o Centro da cidade, destruindo grande parte da Ilha Angelita, Rua Manoel Zacarias e Gustavo Paiva, onde a barragem rompeu, e a água abriu passagem na pista, cavando uma enorme cratera, impedindo o tráfego. Parte da linha férrea também foi destruída.

Meteorologia prevê uma nova frente fria para Alagoas
| NATÁLIA SOUZA * - Estagiária
As chuvas que castigaram os municípios alagoanos, entre sexta-feira e sábado, deram uma trégua no domingo e ontem, chegando a encher de esperança o coração de quem precisa reunir forças para recomeçar do zero. Mas os dias ensolarados estão ameaçados por uma frente fria que atingirá o Estado daqui a quatro dias. Esta é a previsão do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
De acordo com o meteorologista Luis Carlos Molion, durante os próximos quatro dias o clima no Estado permanecerá parcialmente nublado, com a possibilidade de chuvas esparsas, ou seja, chuvas localizadas e não generalizadas como houve na semana passada. De acordo com ele, a frente fria vinda da região Sul do País atingirá toda Alagoas, mas principalmente a região litorânea do Estado.

TRENS E DETRAN
O mau tempo previsto para os próximos dias não é nada animador para quem depende de trens para se locomover. Das três máquinas locomotivas que Alagoas dispõe, apenas duas estão em funcionamento.
As fortes chuvas também ocasionaram o rompimento do cabo de fibra ótica entre Viçosa e Arapiraca, interrompeu a comunicação on-line entre o Detran de Alagoas e Denatran em Brasília.
* Sob a supervisão da editoria de Cidades

Jacuípe é arrasada pelas águas
| SEVERINO CARVALHO - Repórter
Jacuípe – Quem observa hoje o Rio Jacuípe correr dentro do leito não imagina do que ele foi capaz. Em dois dias (sexta e sábado últimos), arruinou metade da cidade que cresceu a sua volta e por isso recebeu a mesma denominação. A prefeitura calcula que 600 famílias estejam desabrigadas. Mais de 45 casas ruíram e há cinco dias o município, situado na região Norte de Alagoas, está sem energia elétrica, água potável e incomunicável. Só ontem, as vítimas da maior enchente já registrada na cidade puderam receber ajuda oficial.
“Essa enchente foi muito pior do que a de 2000. Dessa vez ficamos sem energia, fomos surpreendidos à noite e não houve tempo de salvar quase nada”, disse o produtor rural Luciano Pinho, 65 anos, ex-prefeito do município. A água chegou a quase três metros de altura na Avenida Senador Arnon de Mello, a mais atingida com a Rua Crislaine.

Moradores de Maragogi prestam socorro a Barreiros
Barreiros – A solidariedade não reconhece divisas, tampouco diferenças regionais. Foi movido por esse sentimento que moradores de Maragogi se cotizaram para ajudar e socorrer as vítimas da enchente do Rio Una que devastou a cidade pernambucana de Barreiros, na divisa de Alagoas.
Os números de mortes ainda são desencontrados, mas, ao menos, doze pessoas morreram em decorrência da catástrofe. Várias continuam desaparecidas e milhares desabrigadas.
Empresários do setor náutico de Maragogi cederam lanchas, mergulhadores profissionais e outras embarcações para socorrer as vítimas que ficaram ilhadas por causa da enchente em Barreiros. Muitos alagoanos trabalham ou estudam na cidade pernambucana, considerada o maior polo comercial da região. SC

Solidariedade: donativos são recolhidos
| GILVAN FERREIRA - Repórter
O prefeito Cícero Almeida (PP) garantiu, ontem, durante entrevista coletiva, no auditório da prefeitura, que Maceió não corre risco de sofrer as consequências da catástrofe do fim de semana.
Na capital, os moradores de Fernão Velho, Bebedouro, Mutange, Levada e Pontal da Barra foram surpreendidos com o aumento do nível de água da Lagoa Mundaú. Cerca de 500 famílias ficaram desabrigadas e foram levadas para escolas do Estado e do município, para o Caic Virgem dos Pobres, igrejas, creches e casas de parentes.
“A situação está sob controle. Apesar de termos algumas pessoas desabrigadas, não tivemos fatos mais graves. As equipes da Defesa Civil Municipal, da Secretaria de Infraestrutura e outras secretarias estão de prontidão, desde a última sexta-feira. Já determinei que sejam tomadas todas as medidas necessárias para atender as pessoas que estão na área atingida pelo aumento do volume de água da Lagoa Mundaú”, disse Almeida.

DOAÇÕES
Ontem, o arcebispo de Maceió, dom Antonio Muniz, falou sobre a campanha de doação de donativos para os municípios mais atingidos pelas chuvas. “A Arquidiocese de Maceió colocou as 82 paróquias da capital à disposição para receber os donativos. Nós já enviamos caminhões carregados de água mineral, alimentos e roupas”, enfatizou dom Antonio Muniz.
A população também pode levar doações às paróquias do interior do Estado, ao Corpo de Bombeiros e unidades da Polícia Militar. Até ontem à tarde, a Defesa Civil Estadual tinha recebido cerca de três toneladas de donativos.
O governo do Estado disponibilizou duas contas correntes para a doação de dinheiro aos desabrigados: C/C 5241-8 – agência 3557-2, do Banco do Brasil; e C/C 955-6 – agência 2735 – operação 006, da Caixa Econômica Federal.
FALA LAND
Essa é a situação de Alagoas, varias cidades destruídas, pessoas desabrigadas, peço que possam ajudar, você que tem roupas, colchões, lençóis, o que você puder ajudar entra em contato comigo que estaremos fazendo um mutirão para levar donativos e ajuda humanitária para Quebrangulo que no vale do Paraíba foi uma das cidades mais atingidas.
meus telefones: 82 9920-6767/8806-7566

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